Separação de casais: para quem o divórcio vira um inferno?

by Maria Beatriz Lobo - maio 18th, 2011.
Filed under: Amor e sexo, Assuntos Gerais e Atualidades, Educação em Geral e Ensino Superior, Relacionamentos e família. Tagged as: , , , , , , , , , .
Há poucas semanas atrás, conheci um casal na praia e trocando aquele bate papo gostoso regado a caipirinha, soube que ele (separado faz pouco mais de 3 anos) sofria muito com o distanciamento dos filhos, que (na opinião dele) se afastaram em virtude das atitudes da ex-mulher que parece usar todo tipo de chantagem emocional e material para manter os filhos longe do pai e, mais ainda, da nova mulher que ele escolheu para viver.
Este é um assunto que eu posso dizer que não só conheço, estudei e vejo às dezenas, como vivi na pele (como se diz), pois já me separei e me casei com uma pessoa separada.
O que o casal nos relatou na praia é a situação mais corriqueira e não é só de ex-mulher não!
A imensa maioria dos casais que se separam enfrenta quase um desmanche da vida familiar ou uma guerra, em geral travada entre aquele que ”fica” (ou seja, quem não decidiu pela separação) com aquele que “vai” (que pediu a separação), mesmo que no começo, em alguns casos, o casal tente levar tudo de forma super civilizada, até….
Bem, até que entram as questões materiais, e/ou um novo parceiro para qualquer das partes, e, principalmente, problemas com os filhos. Aí parece que tudo se transforma! Vira um inferno na terra!!!!
Não quero tratar de nenhum caso em especial, mas apenas dizer que, quase sempre, independente de quem pede a separação (e de quem não pensava que a vida poderia mudar tanto!), os filhos são os que mais sofrem com uma separação.
Pais, atenção! Os filhos não devem ser obrigados a escolher um lado (como se fosse mesmo um jogo onde o outro lado é o time a ser vencido!), ou compartilhar da visão de apenas um dos dois (ou seja, um sempre será a vítima e o outro o algoz então só um pode ter razão e/ou ser apoiado).
Os filhos precisam é de orientação, inclusive para agir de modo a não fomentar ainda mais a discórdia e para não pensar apenas neles mesmos, como se só isso importasse.
Pois é muito comum os filhos agirem na separação pensando e de acordo com seus próprios interesses imediatos, sem qualquer convicção de certo ou errado, sem pensar e analisar a situação sob a ótica do casal (quando os filhos têm idade para isso) e a situação acaba propiciando o pior dos males: crianças, adolescentes e até adultos usam a separação dos pais para invocar direitos, ou regalias – nunca deveres – que só são possíveis pela fragilidade em que os pais se encontram.
Com isso, é comum ver pais que, com enorme sentimento de culpa, perdem totalmente o bom senso e não conseguem mais dizer NÃO! Ou então um colocar os filhos contra o outro, usando como argumentos provas de sua situação de vítima (nada melhor do que usar os filhos para encostar o outro na parede, não é?). Este é o jogo do vencer-perder, pois um lado só vence se o outro perde.
Amigos do casal muitas vezes também agem como os filhos, ou como crianças, escolhendo lados e incentivando birras e escândalos.
Nada disso contribui para a compreensão da situação, para a paciência necessária nesta fase que deve ser de transição e com a felicidade dos dois lados e dos filhos principalmente.
Quero terminar dizendo que sim, existem muitos casais que conseguem lidar bem (dentro do possível) com uma separação (independentemente do motivo que a causou).
Isto acontece quando, na maioria das vezes, um dos dois toma a dianteira e coloca as regras de forma justa e explica as situações sob a ótica da verdade e não do oportunismo e também sabe reconhecer defeitos seus, do outro e dos filhos (que não sempre anjos não!).
Com isto, consegue conduzir melhor a situação e levar todos a um bom porto, mas isto não significa que a convivência pacífica e até construtiva não dependa também de todos os envolvidos em diferentes níveis.
Ou seja, se aqueles que se separam conseguem conviver bem entre si e com seus novos parceiros, se os filhos conseguem aceitar e estabelecer uma forma de convívio digna e agradável com os pais, com seus novos parceiros e até com os filhos destes é porque a família resolveu manter a dignidade e fazer a verdade prevalecer. 
Ganha quem decidiu olhar para a família coletivamente, escolhendo a visão de que o bem estar e a honestidade das atitudes devem ser valores comungados por todos deste círculo e que consegue mostrar que isto é mais importante e maior do que qualquer bem material, ou se este, ou aquele tem razão no que fez ou deixou de fazer.
É o jogo do vencer-vencer, pois um só vence se todos vencem. Podem acreditar que é possível e vale a pena!

Deixe seu comentário!