Onde estão nossos valores: será que estou fora do eixo?

by Maria Beatriz Lobo - maio 27th, 2011.
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Para começar este texto preciso dar crédito à autora desta frase, uma amiga querida que há muito tempo cuida da minha estética, pessoa que respeito pelo profissionalismo, simplicidade e bom senso. Conversamos muito, sobre quase tudo, durante nossas sessões estéticas, a exemplo de outras profissionais que cuidam de mim e com quem tenho relações de amizade e altos papos.
Hoje, mais uma vez, nos perguntamos: o que está acontecendo com o mundo? O mundo inteiro não, o nosso mundo, nosso país, nosso povo, com a sociedade que nos rodeia, o nosso próprio meio!
Não nos reconhecemos nisso tudo que está aí, ela e eu, e muito mais gente com quem converso – seja os funcionários no trabalho, clientes, amigos, pessoas comuns que conheço como motoristas de taxi, vendedores, enfim, mais gente do que se imagina – que está profundamente preocupada, decepcionada, espantada, se sentindo impotente e indignada com os rumos que estão sendo tomados, com a falta de valores que nos cerca.
Como tudo que defendíamos parece que ficou anacrônico…fora de época, como se fossemos uma minoria idiota porque defendemos coisas óbvias (e que são valore sim e não um simples modismo ou um discurso vazio) de quem é e quer continuar sendo correto pois nem sabe ser diferente, pois a verdade é esta: ser honesto, ser ético para quem o é não é uma opção, é um comportamento permanente e a forma de ver a vida e de lidar com ela e com as pessoas que deriva do próprio caráter!
Por que somos vistos como uma caricatura de autoritarismo ou de conservadorismo que parece ser o rótulo carimbado nas pessoas que trabalham e defendem valores como honestidade, ética, trabalho, coletividade, educação, respeito ao outro, enfim, tudo que está sendo absolutamente ultrajado no nosso cotidiano e no que vemos na TV, nos jornais e no comportamento de tanta gente?
Minha amiga chegou a dizer que, por vezes, se pergunta se não somos nós que estamos erradas, pois ela não encontra quase quem defenda os mesmos valores que acreditamos, e contou que acaba querendo saber se não é ela que está fora do eixo, fora de moda, fora do padrão.
Eu digo que não, ela não está fora do eixo, mas parte grande de nossa sociedade est, mas que acho que uma pequena parcela parece que está acordando ou começando a se exasperar com a situação em que nos encontramos.
Não somos regra, somos sim exceção, que é tratada quase como uma aberração ou com o cinismo de quem pensa que dinheiro, posição ou poder pode tudo e tudo compra.
Nem precisa de grandes referências e estudos para ver que nossa sociedade está na novela que passa no horário nobre, onde todos estão dando golpe (ou tentando dar) em todos e onde os poucos patéticos personagens sérios e corretos aparecem como figuras ou histéricas, ou chatas e por vezes ambas e também burras a ponto de cair em todas as “sacanagens” da maioria que apronta de tudo.
Não há um capítulo em que alguém não esteja enganando alguém, há uma apologia da infidelidade, um acinte às pessoas de bem que só assistem corrupção, golpes financeiros e crimes de todos os tipos, cada um tentando subir nas costas do outro para ter mais, ser mais, poder mais.
Os honestos, corretos e crédulos são personagens que só servem de “escada”, pois ou são assassinados ou passam a novela toda no sofrimento decorrente das dezenas de barbaridades que todos os dias o autor se esmera em inventar e que, tenho certeza, tem origem em fatos reais e/ ou super factíveis.
Aposto que vão dizer, ou pensar: Bia, você está é defendendo a censura, o fim da liberdade de expressão! Não, só estou defendendo o que as pessoas sérias aprenderam que tem o dever de sempre proteger: a consciência ética.
Espero que nem tentem ou não queiram me consolar dizendo que o mundo inteiro está assim porque simplesmente não é verdade. Esta é uma falácia que só ajuda a manter este estado de coisas.
Muitos países do mundo (a maioria mais adiantados e, em alguns casos, até alguns muito mais atrasados em alguns indicadores econômicos que o nosso) adotaram regras rígidas para proteger os valores, estes valores que constroem uma sociedade sadia, mais idealista, mais preocupada com coisas construtivas e com o conjunto das pessoas. Não é pieguice não!
Há lugares, sim, nos quais os jovens não são vistos na rua sozinhos ou em bandos sem um responsável após certa hora, hora esta em que os nossos jovens aqui começam a se arrumar para ganhar a noite na balada.
O que tem de bom para um jovem na rua de madrugada além da violência, álcool, drogas, riscos e desvarios? O que há nesta vida que os fazem mais felizes do que nós éramos, ou do que outros jovens de países que exigem e dão mais aos jovens do que nós? Digam-me: o que há de bom que não possa ser feito mais cedo, ou nas nossas próprias casas?
Será que sou eu quem está fora do eixo, minha amiga?

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